Igreja Matriz de Rio Tinto - novembro 2017

A Igreja Matriz de Rio Tinto é uma das três paróquias com um novo pároco / Foto: Pedro Santos Ferreira

A Diocese do Porto designou três novos párocos para a Vigararia de Gondomar: Marco Paulo Alves (Jovim e Covelo), Pelágio Tomaz (Foz do Sousa) e Avelino Soares (Rio Tinto). O Vivacidade falou com os novos sacerdotes.

A Vigararia de Gondomar viu chegar, entre agosto e outubro, três novos padres às paróquias de Rio Tinto, Jovim e Covelo e Foz do Sousa. As mudanças resultam das nomeações da Diocese do Porto, num processo natural e num “panorama geral de enorme escassez presbiteral”, informa a Vigararia de Gondomar.

Em Rio Tinto, após 43 anos ao serviço dos riotintenses, o padre António Vidinha deixou os destinos da paróquia para dedicar-se, em exclusivo, ao Lar Paroquial, por ele fundado.

Padre Avelino Soares - novembro 2017

Avelino Soares passou a dirigir a Paróquia de Rio Tinto / Foto: Pedro Santos Ferreira

O sucessor, padre Avelino Soares, entrou ao serviço no dia 15 de outubro, vindo da Paróquia de Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia, onde serviu durante 26 anos. Natural de Lusim, Penafiel, Avelino Soares foi ordenado pároco há 29 anos, tendo sido também capelão do Regimento de Infantaria do Porto.

Ao Vivacidade, mostra-se entusiasmado para a sua nova missão, junto dos riotintenses. “O anterior Bispo do Porto [D. António Francisco dos Santos] perguntou-me se estava disponível para uma nova missão e eu confirmei a minha disponibilidade. Por isso, foi com naturalidade que recebi esta nomeação para Rio Tinto. Apesar de ser difícil deixar Oliveira do Douro, estou animado para esta nova fase da minha vida”, afirma Avelino Soares.

O pároco reconhece a obra desenvolvida por António Vidinha e considera-a “uma responsabilidade acrescida”. “O Centro Social de Rio Tinto é uma obra de grande dimensão e de referência nesta zona. Temos 60 utentes em Estrutura Residencial para Idosos, 65 em Centro de Dia e 45 em Apoio Domiciliário. Além disso, ao fim de semana mantemos o apoio a 15 utentes em apoio domiciliário. A nossa equipa tem 42 funcionários. Hoje em dia as paróquias têm também esta missão de cariz social e não podem fugir a esse desígnio”, acrescenta.

A par do Centro Social, a paróquia de Rio Tinto conta ainda com o Seminário Missionário Padre Dehon e a Obra ABC, “um excelente exemplo da missão da Igreja em construir uma sociedade melhor”.

Sobre o novo desafio, Avelino Soares admite que tem procurado “conhecer a freguesia, a paróquia e os paroquianos”. “Há muita gente que vem ter comigo apenas para desabafar e o nosso papel também é esse, acolher e dar um pouco de esperança e conforto, para além do batismos, casamentos e funerais. O padre tem que ser um pastor, um animador e um congregador. Com a globalização, as tecnologias e a internet veio também a solidão. Hoje faltam-nos as relações humanas e elas também são importantes. Hoje a Igreja deve ter a capacidade de fazer as pessoas questionarem-se”, refere o pároco de Rio Tinto.

No que diz respeito ao afastamento das pessoas da Igreja, Avelino Soares admite que “é mais difícil mobilizar pessoas para a Igreja, para os partidos e para as associações”. “Atualmente, vivemos numa sociedade descartável e é preciso inverter essa forma de pensar. Como cristãos devemos anunciar a nossa fé e testemunhá-la, mas reconheço que a sociedade não apela a isso. Essa mudança tem que começar em cada um de nós”, refere.

O Cartório Paroquial de Rio Tinto funciona de terça a sexta, das 10h às 12h30, das 15h às 17h e das 17h até às 20h. Aos sábados, o padre Avelino Soares recebe os paroquianos entre as 10h e as 12h30 e as 15h e as 20h.

Questionado sobre o que espera dizer no final da sua missão em Rio Tinto, afirma que a maior satisfação seria “que as pessoas dissessem que fiz o bem”.

Padre Marco Alves - novembro 2017

Marco Alves é o responsável pela Paróquia de Jovim e Covelo / Foto: Pedro Santos Ferreira

Marco Alves assumiu paróquias de Jovim e Covelo
Na Paróquia de Jovim e Covelo, Marco Alves sucede como pároco a José Avelino, que ali serviu durante dois anos, tendo deixado a paróquia para tornar-se capelão do Hospital Pedro Hispano.

A entrada ao serviço em Jovim realizou-se no dia 27 de agosto, tendo sido apresentado a Covelo no dia 3 de setembro.

Natural das Medas, 43 anos, ordenado padre em junho, Marco Alves mostrou-se desde logo apto para assumir a Paróquia de Jovim e Covelo. “Numa fase inicial é sempre necessário perceber o que está a ser feito e como vinha sendo feito até aqui. Para perceber o que é necessário mudar, primeiro temos que conhecer os hábitos que vigoram”, começa por dizer ao nosso jornal.

Ciente do desafio que o espera, o jovem pároco mostra-se confiante para a sua nova missão. “Espero conseguir levar o sentido de pároco e presencial da Igreja. Pessoalmente, procuro questionar-me sempre sobre a melhor forma de servir a minha comunidade e julgo que essa deve ser a minha maior missão. Felizmente tenho notado uma maior procura do Cartório Paroquial, apesar de ainda não ser conhecido”, diz Marco Alves.

À sua responsabilidade estão quatro locais de culto – Leverinho, Senhora das Neves, Jovim e Covelo – num extenso território que agrega duas freguesias. “Procuro adaptar os meus horários aos horários das pessoas e dos mais novos. Estou disponível para os receber durante a semana [terça a sexta], em Jovim. À sexta-feira desloco-me a Covelo, durante a tarde”, aponta.

A propósito da dificuldade de congregar os fiéis nas principais manifestações de fé, Marco Alves admite que a Igreja “está a repensar a sua forma de comunicar”, contudo, refere, “em Gondomar, as comunidades ainda preservam essas tradições”.

Até ao fim da sua missão em Jovim e Covelo, o padre Marco Alves espera ajudar os seus paroquianos, “sobretudo nos momentos mais complicados”. “O maior conforto que temos é conseguir ajudar alguém com o nosso apoio. Essa é a maior gratificação de um pároco”, finaliza Marco Alves.

Padre Pelágio Tomaz - novembro 2017

Pelágio Tomaz ficou responsável pela Paróquia de Foz do Sousa / Foto: Pedro Santos Ferreira

Paróquia de Foz do Sousa entregue a Pelágio Tomaz
Natural de Benguela, Angola, Pelágio Tomaz, padre há 17 anos, chegou a Portugal em 2004, vindo de Itália para a Diocese de Aveiro. Andou por várias paróquias em Aveiro até entrar ao serviço, no dia 24 de setembro, na Paróquia de Foz do Sousa, tendo sucedido ao padre Álvaro, que paroquiou Foz do Sousa durante 23 anos.

“Quando cheguei não tinha noção do que ia encontrar. Esta freguesia tem sete lugares de culto e, sem contar, vim encontrar aqui sepultado no cemitério de Gens o meu professor de latim em Angola. Esse foi um acontecimento muito forte para mim e uma grande surpresa”, admite Pelágio Tomaz.

O primeiro encontro com a Foz do Sousa contou com a presença do seu antecessor, que deu a conhecer o território ao padre angolano. “A natureza que aqui temos cativou-me muito. Eu nasci e cresci à beira-mar, em Lobito, por isso estou habituado ao cheiro a mar. Aqui não temos o mar mas há o rio Sousa e o rio Douro bem perto, que me deixam muito confortável”, refere.

De acordo com o padre, a receção tem sido “muito boa”, com “sinais simples que são muito importantes” para Pelágio Tomaz.

“Em Foz do Sousa, temos sete locais de culto: Foz do Sousa, Esposade, Zebreiros, Compostela, Gens, Jancido e Ferreirinha. Infelizmente, aqui as pessoas não têm o hábito de vir à Igreja Matriz, mas espero mudar isso. Todos os locais de culto são independentes, mas isto complica muito a vida dos párocos, que têm que andar sempre de um lado para o outro”, lamenta. Contudo, o padre reconhece a tradição que vigora desde 1964.

À sua responsabilidade tem também o Centro Social Paroquial São João da Foz do Sousa, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) com 30 idosos no Centro de Dia, 25 no Apoio Domiciliário, 30 na Estrutura Residencial para Idosos e 185 agregados familiares em acompanhamento de RSI, sendo ainda a maior entidade empregadora da freguesia.

“O Centro Paroquial tem funcionado muito bem. O meu antecessor já tinha colmatado uma dívida de 600 mil euros, mas ainda nos faltam 200 mil euros. A comunidade está envolvida neste projeto e temos tido várias iniciativas de angariação de fundos para colmatar esta dívida. No dia 25 de novembro vamos ter um jantar solidário que serve para angariar fundos para o Centro Social”, anota Pelágio Tomaz.

Sobre o estado da Igreja em Portugal, o pároco angolano mostra-se surpreendido com a evangelização portuguesa e reconhece que é necessário “adaptar a linguagem às pessoas”. “Temos que mudar porque o mundo também mudou e existem hoje outras ofertas para as pessoas. Os cristãos afastaram-se muito da Igreja e só vêm por questões pontuais como batizados, comunhões, casamentos e funerais”, queixa-se Pelágio Tomaz.

No final da sua missão em Foz do Sousa, o padre espera ter uma certeza: “que celebrei a união e a comunidade desta paróquia até ao fim”. 

Visita Bispo Auxiliar do Porto - novembro 2017

D. Pio Alves acompanhado por Marco Martins, em Rio Tinto / Foto: Pedro Santos Ferreira

Bispo Auxiliar da Diocese do Porto visitou Gondomar
Pio Alves, Bispo Auxiliar da Diocese do Porto, visitou, no dia 10 de novembro, a sala multivalente do Conjunto Habitacional de Carreiros, em Rio Tinto. A iniciativa esteve integrada numa visita às paróquias de Rio Tinto/Pedrouços/Águas Santas.

“Este é um espaço bem aproveitado pelo Município. Vi um serviço de qualidade prestado à comunidade e relacionado com a família e juventude”, disse o bispo auxiliar após a visita, acompanhado por Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar.

Questionado sobre os três novos párocos do concelho, D. Pio Alves considerou as alterações “normais na vida da Igreja”. “São mudanças feitas pelo bem das comunidades e são sempre uma oportunidade para melhorar. O objetivo dos novos párocos deverá passar por dar continuidade ao trabalho dos seus antecessores, conhecendo a comunidade, vendo e ouvindo os seus paroquianos”, acrescentou.


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Fonte: Vivacidade

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